domingo, 23 de fevereiro de 2014

NOTA DE REPÚDIO DO FALA AÊ GALERA CONTRA O CASO DE JANAÍNA OLIVEIRA EM ITAJUÍPE.



Pode crer companheiro mais força na militância, agora as bandeiras se erguem mais e mais no combate as opressões – Janaína Oliveira
           
INADMISSÍVEL. Não podemos conceber que nos dias de hoje, pessoas sejam vítimas de homofobia, racismo, machismo e sexismo. A homofobia é um termo utilizado para identificar o ódio, a aversão ou a discriminação de uma pessoa contra homossexuais e, consequentemente, contra a homossexualidade, e que pode incluir formas sutis, silenciosas e insidiosas de preconceito e discriminação contra homossexuais.
Na madrugada do dia 23 de fevereiro de 2014, a jovem Janaina Oliveira, foi vítima de um episódio covarde de homofobia e sexismo. Um grupo de jovens insultou a jovem com falas repressivas e homofóbicas trazendo discursos machistas e ofensivos.
Hoje sei o que é definitivamente a homofobia, o racismo, machismo porque vivenciei tudo de forma opressora nesta semana. Hoje voltando com dois amigos que me traziam pra casa, passei por um ato homofóbico, quase seguindo por agressão física, graças ao meu amigo não apanhei, mas me constrangeram moralmente, jovens os quais conheço, me agredindo com palavras, tais como "chupam meu ovo, minha pica, vou te bater nem que eu vá pra cadeia". “Ao ouvir fui ao encontro deles com discurso de quem milita”: seus homofóbicos, machistas me respeitem, vocês estão me violentando" eles em específico dois dos tais, vieram pra cima de mim, afrontando. Essa é a sociedade itajuipense e sei que isso acontece em todo país. Nossa Sociedade é formada por opressores e forma pessoas opressoras
Por fim sou negra, pobre, cotista de uma universidade pública que não me ajuda a me manter nela, corrompida pelo capitalismo, lésbica, com poucos amigos, oprimida e com orgulho de ser assumida (minha família sabe e não permiti que minha mãe visse meu pranto). Pode crer companheiro mais força na militância, agora as bandeiras se erguem mais e mais no combate as opressões.
Nesse momento nos vem a reflexão que somos filhos de uma sociedade cheia de ranços de uma cultura atrasada, baseada em padrões de moralismo, e, diga-se de passagem, de um falso moralismo que anula os desejos e a subjetividade humana.
Ultimamente temos assistido de maneira rotineira e até cansativa, pois tem se tornado manchete diária, casos em que pessoas são agredidas, violentadas, mortas pelo simples fato de serem homossexuais. Quando se coloca em pauta a discussão da Sexualidade, as pessoas correm, disfarçam, olham para o alto e se policiam para não estarem pecando. Ainda estamos sentindo a sexualidade como o ato sexual, como nos foi posta em tempos de outrora.

O que não podemos mais admitir é que pessoas sejam diuturnamente espancadas, violentadas nesse país. Pessoas essas que são submetidas a processos de humilhações, traumas e roubo de suas subjetividades. E isso vem acontecendo a bel prazer de pessoas que são alimentadas pela indiferença e intolerância, praticando crimes de ódio e ficando na mais vergonhosa impunidade. 

Um comentário:

  1. Esta é a cortina desta sociedade que mesmo ciente da criminalidade exposta do preconceito, covardemente se apoia em afirmações machistas, exibidas do dito ego juvenil buscam sobrepor o direito cidadão. Não companheira, não vamos permitir que tais ocorrências se façam impunes, não nos interessa se são frutos de uma educação intolerante, elitista ou coisa que o valha, vamos além da denuncia e do processo legal, vamos tornar esta como tantas outras mais uma constante defesa dos direitos civis, pressionando, cobrando diuturnamente que todos se manifestem e compartilhem a sua, a nossa indignação
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